quarta-feira, 30 de abril de 2008
































Nocturno

Acontece que uma face
na noite

vem juntar-se à minha face.
Magia:
sem tempo e sem espaço.

Coxas se arredondam nas luas novas.
os olhos fecham-se
sobre a face prisioneira.
Abro os olhos: ei-la, esvoaça
rente aos meus lábios trementes
sinto-lhe o hálito ou é o vento
Talvez, talvez seja o vento correndo
talvez alguma criatura apenas de face:
asas sem ave.
Talvez seja eu querendo
no momento de silêncio
saudando a noite
com o pensamento de quem dorme...
adormecendo...
seja vento
seja face
não demores, não tardes.
minha alma, unicamente, que te sinta...